segunda-feira, março 13, 2006

Em entrevista...THE RANSACK

Os The Ransack marcaram, pela positiva, o ano de 2005 com um dos melhores discos do Metal nacional desse mesmo ano. O Ep «Necropolis» apresenta uma banda detentora de um enorme potencial e extremamente cativante, oferecendo ao Metal nacional um dos seus nomes mais marcantes e promissores no espectro Thrash Death Metal. Shore, guitarrista e vocalista da banda, falou com a Opuskulo e revelou algumas das visões por trás de «Necropolis» e lançou algumas dicas quanto ao futuro da banda.
A pergunta é inevitável…como têm sido as reacções a “Necropolis”, tanto a nível nacional como internacional?

Temos tido uma receptividade bastante positiva, quer junto do publico quer junto dos media. É algo que nos faz olhar para um próximo trabalho com bastante optimismo.Esperamos conseguir corresponder às expectativas que vêm sendo criadas com este trabalho em torno da banda, e não desiludir ninguém.

Ao que sei os The Ransack reúnem elementos ou ex-elementos de uma série de bandas do norte do país, certo ? Como se deu a génese desta banda ? Era já uma ideia antiga ?

Eu e o Jay formámos a banda em 2001. Nessa altura recrutamos o Flechas (Bateria) e o Zorro (Guitarra), que já tinha tocado nos Noctum. Entretanto eu entrei para a formação dos Beyond Life onde toquei pela primeira vez com o Zeus, que mais tarde viria a assumir as funções de baterista dos The Ransack. Ainda passei por uma tentativa de renascer os Noctum, altura essa em que convidei o Jay para esse projecto. Ambas as bandas estão neste momento extintas. O Zeus passou ainda pelos também já extintos Imortalis. E eu assumi as funções de Vocalista em Demon Dagger. Por fim para o lugar do Zorro entrou o Loki que também já havia tocado nos Dark Riverside.

Fala-nos um pouco do conceito lírico e do imaginário no qual “Necropolis” acenta ? Julgo que não abordam temas que a maioria das bandas dentro do vosso estilo musical aborda…estarei certo ?

O nome Necropolis, que significa cidade dos mortos, é revelador da temática abordada no MCD. A morte é de facto a “personagem” das letras que escrevi para este trabalho, são ficções retiradas de experiências pessoais ou de devaneios filosóficos à volta da mesma. A temática não terá nada de original para uma banda de Death Metal. Talvez a forma como o fazemos seja diferente, mas isso caberá a cada um julgar.

Achas que o facto de uma banda apostar desde cedo numa edição profissional ao invés de gravar sucessivas demos “caseiras” poderá constituir um factor de sucesso para as mesmas? Pergunto isto porque actualmente assiste-se a cada vez bandas mais jovens a vingar, sendo que a norma em Portugal vinha sendo uma banda arrastar-se durante anos a fio até atingir algum sucesso…

Parece-nos que quanto mais cedo uma banda conseguir mostrar um trabalho competente e interessante ao mundo exterior, maiores serão as possibilidades da mesma atingir os seus objectivos. Os formatos amadores são bastante penalizadores para as bandas e ,numa altura em que a oferta é cada vez maior e de qualidade crescente, qualquer facilitismo nesse campo poderá sair muito caro em termos de exposição e aceitação.

Achas que Portugal tem condições para formar um movimento Metal suficientemente organizado e forte ao ponto de se tornar num dos mais interessantes a nível europeu a curto/médio prazo?

Muita coisa terá de mudar, a nível cultural, económico e social no nosso país para sermos capazes de exportar os nossos produtos de qualidade lá para fora. Não falo apenas de Metal, não falo apenas de música. Quanto ao nosso Underground propriamente dito, acho que as coisas vão evoluindo de forma positiva.

Quanto a concertos, os The Ransack não são ainda uma das bandas mais frequentes nos palcos nacionais. Fazem algum género de selecção quanto a concertos ou simplesmente não aparecem convites ?

É interessante perguntar isso. Uma vez que somos frequentemente apontados com uma das bandas do Underground Português mais activas em termos de concertos. Temos uma média de 20 concertos anuais. Estamos prestes a regressar a Espanha pela terceira vez. Tivemos também já o prazer de abrir concertos para Dismember, No ReTurn, Pandemia, Cancer, isto só para citar as bandas estrangeiras. Esperamos continuar a tocar com frequência e que isso seja cada vez mais possível. Contudo temos de ter cuidado para não haver uma sobre exposição da banda. Além disso há sempre a vida profissional e pessoal de cada elemento que limitam a disponibilidade para tocar ao vivo.

Podes levantar já um pouco a ponta do véu quanto a um futuro disco? Qual a orientação que os novos temas estão a levar ? Haverá novidades quanto a editora ?

Ainda é cedo para falar sobre o próximo trabalho. A orientação e evolução da banda pode ser apreciada ao vivo, costumamos introduzir temas novos com frequência no nosso “Set List”. Temos neste momento um disco que queremos vender e promover. E isso é para já o mais importante.

Uma pergunta de algibeira…onde existe um movimento Metal mais forte ? A norte ou a sul do Mondego ?

A norte claro. (risos)

Últimas palavras….

Obrigado a todos aqueles que nos têm ajudado a crescer, apoiado. Visitem-nos na nossa nova casa:
www.theransack.com. Apoiem o Underground.

Sem comentários: