sexta-feira, junho 13, 2014

Lembram-se do Pedro Garcia? E dos Inhuman?




Ao falar com o Pedro Garcia sobre a sua veia coleccionista e enquanto fã de música, não resisti a fazer-lhe algumas questões sobre o seu passado enquanto músico, nomeadamente como vocalista dos Inhuman. Aqui fica o resultado.







A tua paixão pela música vai muito além da simples condição de ouvinte e coleccionador. Fala-nos do teu passado musical, especialmente da tua carreira nos Inhuman? Como tudo começou, como te tornaste vocalista?

Tornei-me vocalista dos Inhuman por acaso, já tinha sido teclista de uma banda de covers, vocalista de outra banda de heavy metal e surgiu o convite para fazer um som mais extremo, death metal, decidi tentar e correu bem.


O que levou ao teu abandono dos Inhuman, numa época na qual a banda atravessava o seu momento de exposição mais visível e caminhava para a internacionalização?

Frustração, desmotivação, saturação e outros sentimentos semelhantes. Julgo que tanto eu como a banda tivemos pouca maturidade a lidar com alguns assuntos ligados ao mundo da música.


Consideras que o teu abandono dos Inhuman ditou o princípio do fim da banda?

Não sei…Julgo não ser a melhor pessoa para responder a isso. Deixo essa análise para quem se manteve na banda e para quem foi seguindo o seu percurso.


Após a tua saída dos Inhuman continuaste ligado activamente à música?

Não activamente, fiz uma outra experiência numa banda pop a tocar teclas, mas nada de sério.


Após a experiência Inhuman, ficou um amargo de boca em relação ao que poderiam ter alcançado, dado o enorme potencial da banda?

Claro que sim. Tanto ficou que ainda fizemos outra tentativa entre 2007 e 2010.


Considerarias um eventual regresso dos Inhuman?

Regressei em 2007 e durante algum tempo as coisas iam funcionando, mas a banda cometeu erros que ditaram novamente o fim e hoje em dia é assunto encerrado para mim. Na altura eu tinha todo um novo conceito em mente que não foi possível colocar em prática.


Enquanto músico, sentiste um pouco aquele estigma de os próprios músicos serem os que menos discos compram de outros artistas, apesar de apelarem a que as pessoas comprem os seus próprios discos? Da tua experiência e do teu contacto com outros músicos, sentes isso ou não passa mesmo de um mito urbano?

Senti, é realmente uma tendência que consegui verificar quando era músico e convivia mais com outros músicos. Não é um mito urbano, é real. Acho que por vezes há a predisposição de assumir por completo outro papel na música…deixar de ser fã e passar a ser ídolo, talvez não na conotação negativa que a palavra “ídolo” tem na maioria das vezes, mas trata-se mesmo de assumir outro papel. Os músicos tendem a ficar um pouco obstinados com a sua própria música e a esquecerem, ou mesmo desvalorizarem, a dos outros.


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