segunda-feira, dezembro 05, 2005

Em entrevista...GRIMLET


Apresenta-nos os Grimlet… Quem são? Quando apareceram? Quais os vossos planos para mudar o Mundo…?

A génese de Grimlet dá-se em 1999,quando Nazgul (Voz), Alex (Teclados) e Jordão (Guitarra), ex-membros da banda Sacrum, decidem pôr em prática algumas ideias que tinham relativamente a um metal mais extremo.Recrutam Nero (Baixo), um amigo de longa data, algum tempo depois junta-se ao projecto Gorth, ex-membro da banda Milraz e, três anos mais tarde, após dissolução da banda Nonsense-Package, Luís (Bateria) completa assim a formação de Grimlet. Após muito trabalho de composição e ensaios, Grimlet dá os primeiros concertos e ganha assim consistência e coesão em termos de banda.Em Outubro de 2003, iniciam-se as gravações de “Darkness Shrouds The Hidden”, nos Estúdios EchoSystem, em Barcelos, com o Produtor Rui Santos (Oratory). Após um intenso período de gravação e produção, e trabalhoso período de produção gráfica e licenciamento, o CD é finalmente editado pela própria banda e também apresentado, ao vivo, na final do “RockMusic Metal-Challenge”, no palco do Hard-Club, em Vila Nova de Gaia, em Setembro de 2004. A apresentação oficial do CD foi feita em Setembro deste ano, com um excelente concerto e grande festa no Nyktos Bar, na Figueira da Foz. Quanto a planos para mudar o mundo, não somos pretensiosos, mas gostávamos que pelo menos o “mundo” do metal tivesse mais visibilidade, atenção e divulgação no meio musical nacional.

Como têm sido as reacções a este vosso primeiro EP a nível nacional e internacional?

As reacções da crítica têm excedido as nossas expectativas. Isto quer sejam em relação ao CD, quer em relação às actuações da banda ao vivo. Algumas reviews de “Darkness Shrouds The Hidden”, foram já publicadas e podem ser lidas nos sites da Metal-March e no vosso blog Opuskulo( www.metal-march.com e www.opuskulo.blogspot.com ). À presente data aguardamos ainda mais publicações. Relativamente às actuações da banda ao vivo, tivemos boas críticas por parte das revistas LOUD, RocKSound e alguns sites de metal também. Fomos também contactados por uma editora francesa, à qual muito agradou o nosso trabalho, mas não foi possível chegar a um acordo que agradasse a ambas as partes. Estamos neste momento a efectuar contactos para um contrato de edição/distribuição, para que o nosso trabalho possa chegar a todo o público.

Porquê da edição deste EP num formato totalmente profissional? Acham que esse poderá ser um factor que vos confira vantagem na aproximação a editoras em relação a outras bandas que optam por edições mais “caseiras”? Uma edição profissional não será um risco financeiro demasiado grande para uma banda que dá os seus primeiros passos?

Embora seja, obviamente, um risco optar por uma edição totalmente profissional, esse profissionalismo e “a vontade de fazer bem e diferente” fazem parte da filosofia da própria banda e não o teríamos feito de outra forma. E além da experiência acumulada ao longo destes anos, já tivemos provas (contactos de editoras nacionais e internacionais, entre outras reacções) que esse profissionalismo confere efectivamente alguma vantagem ao nosso trabalho, embora continue a ser difícil, na hora de chegar a um acordo, todo esse profissionalismo e empenhamento ser verdadeiramente valorizado.Risco financeiro? Claro que sim, mas quando tens objectivos que passam por mostrares o teu valor e fazeres aquilo que mais gostas, o dinheiro não tem assim tanta importância.

Os Grimlet são oriundos da Figueira da Foz, uma região, a juntar à de Coimbra, pouco produtivas em termos de bandas de Metal. A que se deve esse facto? Não acredito que não haja fãs de Metal por aí. Mas sentem falta de apoio para a formação e viabilidade de uma banda?

Não é certamente pela falta de fãs de Metal porque somos muitos, e não achamos que sejam assim tão pouco produtivas, mas o que existe, efectivamente, é muita falta de apoio ao metal no distrito de Coimbra, passando pela dificuldade em encontrar salas de ensaio, e toda a logística inerente à promoção e divulgação do Metal mas sobretudo, bares ou outros sítios onde possas fazer concertos e mostrar o teu trabalho, o que torna tudo bastante mais complicado. Por outro lado, e isto não é só nesta região, entre as bandas continua a ser privilegiado o factor “competição” em detrimento do factor UNIÃO, e neste país e na música em particular, “a união faz a força”.

Em termos de concertos tenho tido alguma dificuldade em encontrar cartazes nos quais os Grimlet estejam presentes! Sentem dificuldades em conseguir actuações?

Sim. Além da dificuldade em articular a disponibilidade de todos os membros, pois não somos (ainda) uma banda profissional e todos os membros têm vidas pessoais atribuladas, fomos forçados a substituir (por motivos pessoais e por tempo indeterminado) um dos guitarristas (Jordão), pelo guitarrista Rui TodoBom, o que nos obrigou, inevitavelmente, a despender muito tempo de ensaios e preparação para essas actuações. Por um lado temos dificuldades em conseguir actuações na zona centro, porque os sítios que existem ou já lá tocámos ou vamos tocar brevemente, como é o caso do NyKtos Bar na Figueira da Foz onde estivemos em Setembro deste ano a apresentar oficialmente o CD, Via Latina em Coimbra (data ainda a confirmar) e Ar de Rock Caffé em Porto de Mós (4 de Março de 2006). Com o encerramento do Le SoN (Coimbra) perdeu-se uma óptima sala de concertos, que começava a crescer e a ganhar visibilidade a nível nacional, onde todos os fins-de-semana tinhas bandas nacionais a tocar ao vivo e onde o Metal tinha também um espaço privilegiado. Por outro lado e pelos motivos acima referidos, o “ataque promocional” só agora foi lançado e à presente data aguardamos ainda respostas a contactos feitos nesse sentido.

Pela organização dos temas e pelo título de alguns parece-me que o vosso trabalho adopta um conteúdo lírico conceptual. Estou correcto? Do que trata exactamente?

Achamos sempre muito mais interessante cada ouvinte retirar das letras e da música o seu próprio conceito ou interpretação, mas por detrás das letras de todas as músicas de Grimlet existe um elemento comum: a luta incessante entre o Bem e o Mal, sendo que no nosso caso, o Mal prevalece sempre. Em “Darkness Shrouds The Hidden”, podemos dizer que tudo foi composto para que fosse criado o ambiente/conceito profundamente oculto e sinistro, específico para cada música e, por fim, ao trabalho como um todo a nível lírico e musical.

Quanto a futuras edições, há já alguma coisa em vista ou a ser preparada? Será novamente por vossa conta e risco?

Sobre isso, o que podemos avançar é que estamos, simultaneamente, a compor e a apresentar ao vivo, a par com “Darkness Shrouds The Hidden”, material novo, que poderá, futuramente, fazer parte de um novo trabalho desta vez num formato longa duração e, se possível, não por nossa conta e risco novamente, o que também não quer dizer que não volte a acontecer. Se bem que, a curto prazo, os objectivos são a promoção do CD ao vivo, o lançamento do site oficial da banda, um contrato de edição e distribuição e a aposta numa componente ao vivo cada vez mais extrema e profissional.

Últimas palavras…

Gostaríamos de aproveitar para dizer que o CD pode ser adquirido on-line, fazendo as vossas encomendas directamente para o nosso e-mail
grimlet@sapo.pt, através do site (provisório) da banda http://artists.iuma.com/IUMA/Bands/Grimlet, através da loja Clave de Sol http://clavedesol.produtor.com e ainda nas principais lojas de metal de Coimbra (D’Artemusica) e Figueira da Foz. Agradecemos a oportunidade que nos deste de dar esta entrevista e as palavras finais vão para todos os que de alguma forma nos apoiaram ao longo destes anos (Rui Santos @ EchoSystem Studio, pessoal de Barcelos, Coimbra e Figueira da Foz, bandas que connosco partilharam o palco) e todos os que nos continuam a apoiar...Keep The Metal Flame Burning… GriM On!!!

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