Satisfeitos com as reacções que «Bruma» tem vindo a receber? Na generalidade parece-me que tem sido muito bem recebido…
Estamos contentes, sim. Tem sido bem recebido e as críticas têm surgido com um cariz construtivo bastante interessante. Não se têm remetido à ilustração normal de uma crítica, mas têm apontado sempre pormenores a melhorar para um novo passo. O que só significa que a nossa música marca de alguma forma e as pessoas sentem que há potencial para construir algo mais forte no futuro.
Um dos motivos de maior interesse na vossa sonoridade é a inclusão de guitarra portuguesa. Essa é uma componente a explorar futuramente? Prevêem alargar o leque de instrumentos a incluir na vossa sonoridade?
A guitarra portuguesa é algo que tráz um brilho diferente à nossa música. Não é inovador, pois os Thragedium ou os Dwelling já exploraram a sonoridade no meio, mas não com a densidade e a agressividade do death metal como nós procuramos. Sem dúvida que é algo para explorar futuramente, seja experimentalmente ou como um reforço melódico, dado que tem um traço único que pode distinguir qualquer sonoridade portuguesa dos demais. Em relação a outros instrumentos a incluir, esperamos mais tarde colocar, de forma gradual. No início tinhamos só o violino e brincavamos com o cavaquinho, depois entrou a guitarra portuguesa e só um ano mais tarde, o violoncelo. Agora temos várias ideias e pequenos apontamentos, que esperamos ser concretizados, como o saxofone, trompete, voz feminina ou um segundo baixo. Vamos ver para onde nos levam as novas composições.
Estamos contentes, sim. Tem sido bem recebido e as críticas têm surgido com um cariz construtivo bastante interessante. Não se têm remetido à ilustração normal de uma crítica, mas têm apontado sempre pormenores a melhorar para um novo passo. O que só significa que a nossa música marca de alguma forma e as pessoas sentem que há potencial para construir algo mais forte no futuro.
Um dos motivos de maior interesse na vossa sonoridade é a inclusão de guitarra portuguesa. Essa é uma componente a explorar futuramente? Prevêem alargar o leque de instrumentos a incluir na vossa sonoridade?
A guitarra portuguesa é algo que tráz um brilho diferente à nossa música. Não é inovador, pois os Thragedium ou os Dwelling já exploraram a sonoridade no meio, mas não com a densidade e a agressividade do death metal como nós procuramos. Sem dúvida que é algo para explorar futuramente, seja experimentalmente ou como um reforço melódico, dado que tem um traço único que pode distinguir qualquer sonoridade portuguesa dos demais. Em relação a outros instrumentos a incluir, esperamos mais tarde colocar, de forma gradual. No início tinhamos só o violino e brincavamos com o cavaquinho, depois entrou a guitarra portuguesa e só um ano mais tarde, o violoncelo. Agora temos várias ideias e pequenos apontamentos, que esperamos ser concretizados, como o saxofone, trompete, voz feminina ou um segundo baixo. Vamos ver para onde nos levam as novas composições.
A vossa sonoridade indicia uma certa “portugalidade” que vos distingue de qualquer outra banda. Têm consciência disso?
Não existe uma consciência presente e premeditada aquando da composição, mas acontecem uma série de factores que provocam e finalizam essa sensação de portugalidade. O mais gritante é a utilização da guitarra portuguesa, que na sua associação directa ao fado, remete-nos para um universo único da alma lusitana. Mas não passa disso, pois não trabalhamos como os Ava Inferi, que instrumentalmente executam as cadências do fado ou os Process of Guilt, que exacerbam o sentido melancólico português com excelência. Nós somos, de certa forma, mais epidérmicos. Temos os instrumentos, como a guitarra, a língua e os temas do fado, (mar, tristeza, angústia), e procuramos dar-lhe uma nova roupagem, novas forma de o utilizar. Não é uma comparação directa, mas um expoente máximo, seria conseguir fazer o mesmo que os Naifa fazem na pop/electrónica, mas com o metal. A portugalidade está, talvez, anunciada, mas ainda não a atingimos.
Que tipo de reacções têm recebido do estrangeiro?
As reacções têm sido bastante entusiastas. Há uma grande curiosidade referente ao idioma e aos instrumentos clássicos. Dada a guitarra portuguesa, que entendem ser algo como uma sítara, somos várias vezes comparados a bandas do Médio Oriente, ou simplesmente, com arranjos árabes, pois não reconhecem o instrumento e é mais fácil colocar a crítica em terrenos que dominam.
Acham que este tipo de bandas que incorporam na sua sonoridade elementos étnicos conseguem mais rapidamente ter uma maior visibilidade?
Isso não se reflecte em nós. Nós procuramos já há algum tempo mostrar o nosso trabalho e temos tido feedback em casos muito pontuais. É muito mais fácil tomar atenção a géneros cimentados, do que a novas bandas que procuram experimentar. Como Fernando Pessoa dizia: “primeiro estranha-se, depois entranha-se”.
Já trabalham em novos temas? Que linha estão a seguir?
Sim, temos trabalhado novos temas e nos concertos temos apresentado as músicas que não estão incluídos no EP “ Bruma”. Agora vamos parar para descansar uns dos outros e deixar respirar as músicas para voltarmos a compôr sobre aquelas e experimentar novas ideias. A linha a seguir prende-se com a exploração mais orquestral dos instrumentos étnicos, a introdução de momentos mais directos, mais headbang, mas com a procura de manter a toada progressiva bem vincada.
Podemos contar com um próximo trabalho dos Burning Sunset num formato mais profissional e com o apoio de uma editora ou continuarão por vossa conta e risco?
Não temos tido feedback positivo de editoras e isso só prova que temos muito trabalho pela frente. É necessário calo, robustez, experiência e realizar melhores escolhas. Vamos construíndo e vamos trabalhando ao nosso ritmo, tentando completar um novo EP ou um álbum. Nós costumamos dizer que só agora é que estamos prontos para gravar o EP que acabamos de apresentar, o que é absoluta verdade. Este foi um enorme processo de aprendizagem, quer a nível de produção, gravação e promoção. Agora que sabemos algumas regras, vamos aprofundar e esperar que surja a oportunidade de uma editora. Até lá, devagar e sempre, até concluir o novo trabalho.
Quais as maiores dificuldades que têm vindo a encontrar no vosso percurso enquanto banda no sentido de promover e desenvolver o vosso trabalho?
As maiores dificuldade prendem-se com a falta de apoios e de interesses na nossa zona de Aveiro. O provincianismo português, que diz que o que é nacional é pior do que vem de fora, acontece muito por cá, aliado ao elitismo pseudo-artístico, que é comandado pelas revistas que impõem o artista estrangeiro que tem que vir tocar a Aveiro. Não há espaços em Aveiro para tocar metal; tirando o Blindagem Metal Show (programa de rádio) que nos apoia, não há elementos da nossa cidade que se interesse. E é aí a dificuldade, é taco-a-taco que temos de sair da toca, para o resto do país. Depois é complicado fazer valer a edição de autor. Enquanto que nós entendemos que quem faz uma edição de autor, tem capacidade, valor e coragem para trabalhar, há quem veja a edição de autor como uma não capacidade para estar numa editora, logo falta de qualidade. É uma diferente perspectiva que discrimina logo determinadas bandas / artistas. Isto sob uma perspectiva artistica, pois a nível prático, não temos tido propriamente dificuldades em cumprir os objectivos a que nos propusemos enquanto banda. Temos tocado bastante ao vivo, as pessoas têm correspondido e gostam de nos ver e o EP tem recebido boas reviews.
Últimas palavras
As maiores dificuldade prendem-se com a falta de apoios e de interesses na nossa zona de Aveiro. O provincianismo português, que diz que o que é nacional é pior do que vem de fora, acontece muito por cá, aliado ao elitismo pseudo-artístico, que é comandado pelas revistas que impõem o artista estrangeiro que tem que vir tocar a Aveiro. Não há espaços em Aveiro para tocar metal; tirando o Blindagem Metal Show (programa de rádio) que nos apoia, não há elementos da nossa cidade que se interesse. E é aí a dificuldade, é taco-a-taco que temos de sair da toca, para o resto do país. Depois é complicado fazer valer a edição de autor. Enquanto que nós entendemos que quem faz uma edição de autor, tem capacidade, valor e coragem para trabalhar, há quem veja a edição de autor como uma não capacidade para estar numa editora, logo falta de qualidade. É uma diferente perspectiva que discrimina logo determinadas bandas / artistas. Isto sob uma perspectiva artistica, pois a nível prático, não temos tido propriamente dificuldades em cumprir os objectivos a que nos propusemos enquanto banda. Temos tocado bastante ao vivo, as pessoas têm correspondido e gostam de nos ver e o EP tem recebido boas reviews.
Últimas palavras
Obrigado à Opuskulo pelo interesse no nosso trabalho. E à possibilidade de o apresentarmos. Ouçam os nossos temas em www.myspace.com/theburningsunset, contactem-nos para burningsunsetpt@hotmail.com e obrigado a quem nos acompanha e nos tem dado força.
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