segunda-feira, outubro 31, 2005

Entrevista Pitch Black

Terei de começar por vos perguntar como estão a ser as reacções a «Thrash Killing Machine» ? Têm uma ideia de quantas unidades já venderam ?

As reacções estão a correr muito bem. Tendo em conta que é o primeiro álbum, tanto quem o compra como quem o divulga nos órgãos de comunicação tem gostado. As críticas têm sido muito positivas. Não tenho um número fixo de quantos já terão sido vendidos mas anda à volta dos 500.

Em relação ao estrangeiro, o disco está a ser distribuído lá fora? Quais as principais reacções que vos têm chegado e de que países?

O disco está a ser distribuído lá fora mas, para já, apenas em distribuidoras e lojas online. Temos o disco à venda no Rock Detector (www.rockdetector.com), entre outros. Do estrangeiro, o maior e melhor feedback que temos tido é de países como os EUA, Inglaterra, Grécia, Brasil, Finlândia e Polónia.

Optam por se manterem fiéis ao Thrash Metal, estilo que abordam desde os tempos Whithering, embora com ligeiras variações. Dá ideia que acima de tudo fazem música para agradar a vós próprios, certo? Seriam capaz de ceder musicalmente a um outro capricho para que um disco tivesse uma outra aceitação por parte do público e dos media?

Só se fosse ao Nu-Metal! Hehe estou a brincar! Claro que não! É isto que gostamos de fazer e é com isto que nos sentimos bem. Temos uma mensagem a transmitir e queremos chegar ao maior número de pessoas possível mas é a fazer o que queremos. Queremos que todos saibam que o Thrash Metal não morreu, que vai continuar e nunca se vai extinguir.
Vale a pena acreditar que existe um movimento underground forte e organizado em Portugal ou essa ideia não passa de uma ilusão ? Julgo que os Pitch Black ainda são das bandas que procuram mais afincadamente conservar esse espírito activo…

Forte e organizado? Não me parece! Aliás, aí está uma qualidade cada vez mais rara. Ou são bandas que não tocam com determinadas bandas, ou em determinados locais ou em determinados eventos. Há um egoísmo patente na mentalidade Underground que não existia com tanta abundância como agora. Isto transmite-se para o público e começam a haver pessoas só a apoiar certas bandas e certos eventos. Há uns anos atrás qualquer fan de Metal ía ver um concerto dos Helloween. Agora, tens uns que vão ver Deicide mas já não lhes agrada ir ao dos Annihilator. Isto não acontecia antes. A mim, vêm-me num concerto de Hard Rock e a seguir num de Grind. Hoje em dia, e para resumir, é tudo muito selectivo e não entendo porquê. Acho que se aprendeu a desvalorizar certos estilos e certas bandas de Metal. É mais que evidente que também tem a ver com gostos pessoais. Agora, como esses gostos se alteraram de uma maneira tão radical e selectiva ao longo dos anos, é que já não consigo explicar.

Se pudesses mudar 3 coisas em termos musicais no nosso país quais escolherias?

As mentalidades, as rádios e as editoras multinacionais.

E em termos gerais, o que mudarias?

Trocava todos (sem excepção) os políticos que temos, por outros mais honestos, mais trabalhadores e mais interessados em melhorar determinados problemas no País (será que existem)? Algumas leis burocráticas dos órgãos do Estado Português feitas para nos levar dinheiro por tudo e por nada. Para os ricos, isso é pouco, mas para os pobres é dinheiro que faz falta para comprar comida. Mudava algumas mentalidades ignorantes de pessoas que já não têm muito dinheiro, mas que tendem em gastá-lo (o pouco que já têm) em prol de um bom telemóvel, um bom carro e umas boas calças de marca, como se isso fosse torná-las pessoas melhores, quando o que realmente conta para elas é a aparência. Mudava o conceito de rádio e televisão em Portugal, pois parece-me que os significados das expressões “cultura” e “entretenimento” estão completamente distorcidos na sociedade em que vivemos.

Quanto a planos a curto/médio prazo, o que podemos esperar dos Pitch Black ?

Os concertos da tour “Thrash Metal Dominion” acabaram. Começaram em Março e acabaram em Setembro. Estamos a trabalhar em material novo e há a hipótese de entrarmos de novo em estúdio para gravarmos 2 ou 3 temas para enviarmos de novo para as editoras. Entretanto, temos uma ou outra surpresa reservada para o ano que vem.

Últimas palavras…

Obrigado Ricardo pela oportunidade e pelo interesse e apoio que sempre nos deste. Keep Thrashing!!!

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