sexta-feira, setembro 29, 2006

em entrevista...URBAN TALES

O desaparecimento prematuro dos Icon & The Black Roses deixou uma lacuna em aberto no que ao gothic rock de alta qualidade diz respeito no nosso país. No entanto, outro nome está a despertar muitas atenções dentro da mesma sonoridade, os Urban Tales. Sendo demasiado redutor apelidar esta banda da sucessora dos Icon & The Black Roses, os Urban Tales revelam já uma personalidade bem vincada e um talento inquestionável, materializado através de uma demo de estreia absolutamente surpreendente. O Opuskulo quis conhecer melhor esta banda e falou com o vocalista Marcos.

Para quem ainda não vos conhece..quem são os Urban Tales?

Os UT são uma banda de Lisboa que pratica Rock metal com influência Gótica. Somos seis pessoas a tentar criar músicas bonitas e audíveis para quem gosta de melodias pesadas. Acho que isto responde a tua pergunta

Porquê Urban Tales? Não deixa de ser uma designação curiosa…

Porque sou completamente adito a uma banda chamada Legião Urbana, uma banda que já acabou devido à morte do Vocalista (Renato Russo). Como queria falar de assuntos urbanos e banais nas minhas músicas, peguei nesse nome e assim estou a prestar uma homenagem a uma banda que me influenciou em tudo na vida e ao mesmo tempo estou a tocar em assuntos que caracterizam bem o nome da banda. Sem eles não existia os Urban Tales sem dúvidas.

Editaram recentemente o vosso EP de estreia. Que tal as reacções ao mesmo?

Não, EP não, aquilo é apenas uma demo, nada mais que isso. Tinha sim mais músicas que o costume, mas isso foi propositado visto que dessa maneira conseguiria mostrar mais trabalho as editoras. Nunca teve a intenção de ser comercializada. As reacções, bem brutais, passaram todas as expectativas imaginárias… Juro-te Ricardo, nunca pensei que fossemos criar algo tão forte e que chama-se tanta atenção em tão pouco tempo, a verdade é essa. Conseguimos uma editora, vários patrocínios importantíssimos, reviews transcendentes enfim, um bom inicio para o que vem num futuro próximo dar mais resultados.

A associação do vosso som aos extintos Icon & the Black Roses é inevitável. No entanto julgo que nem só em termos de sonoridade ambas as bandas se relacionam, certo? Julgo que há colaborações com ex-elementos dos Icon…

Certo, o Bruno fingers ajudou-me na produção e participou como convidado na In Purity (assim como no clip que em breve estará a rodar em vários canais de TV), o João Silva também participou na Until I died como vocalista e guitarrista e produziu com a banda a Love ADN Hate… Pessoas muito bacanas e que sabem o que fazem… Indiscutível isso. No fundo e com isto acabámos por desenvolver uma certa amizade que passou da via profissional…Já se fazem almoços e noitadas de conversa musical, enfim o normal de quem anda nisto.

Acham que poderão ser interpretados como a banda que veio para colmatar o lugar deixado pelos Icon & and the Black Roses ? Poderá isso beneficiar-vos ou prejudicar-vos?

Sinceramente acho que não, nem queremos nem iremos tentar sacar tal lugar a umas bandas que por si só conseguiu algo fantástico. A ideia aqui é crescer. Se temos uma sonoridade igual aos Icon, enfim, quantas bandas não existem iguais aos Paradise Lost, Anathema, etc… Comparações hão-de sempre haver, mas a verdade é que se a música for boa, independentemente das influências há-de haver sempre interesse no teu som. Isso reflectiu-se nas críticas a demo da banda por exemplo.

Love Metal é um rótulo que se poderá aplicar à vossa música ou estarão longe desse imaginário?

Não, completamente fora não, mas não é o caminho que tento seguir e ai está diferença entre os U T e os Icon, eu quase não falo/escrevo letras de amor…Sou um frustrado …lol, enfim, hás-de reparar que as minhas letras em comparação com him ou icon são muito mais duras e depressivas, nada de “my babies” ou “my love”- Quero ser muito terra a terra e falar de situações muito reais - mesmo que se passaram na minha frente ou mesmo comigo. Com isto não estou a criticar ninguém atenção apenas a falar das minhas letras. Porque gosto bastante de bandas desse género. Him, não foge ao caso se tiver qualidade vou parar para ouvir e apreciar.

Sei que entretanto gravaram um vídeo. Fala-nos um pouco melhor disso

Mannn, ta lindo… A sério, para primeiro clip da banda, simplesmente brutal. Sei que isto pode parecer muito convencidor, mas…Fogo, ontem mesmo estive com colegas a ver o clip. Todos ficam de boca aberta, mais parece que os Urban Tales fizeram uma música para um filme, do que o clip é mesmo dos Urban Tales. Além disso já tive garantias que o clip irá passar em algumas estações de TV por isso é aguardar e depois tiram as ilações, mas já é sinal que o clip tem alguma qualidade. Para primeiro clip e a low budget ta brutal, desculpem esta palavra, mas ta mesmo brutal. Atenção o clip irá chocar fala de várias coisas pesadas – homossexualidade, drogas, sexo, muito sexo e outras cena, lol..

Consideras que um vídeo continua a ser um investimento viável que se materialize em divulgação concreta da banda?

Acho que sim, se tiver boa qualidade e um fio condutor sim. Com um clip chegas a uma faixa diferente de géneros e a promoção à tua banda e completamente exposta num bom ponto de vista. Realmente partes a cabeça a imagina-lo e a produzi-lo, mas se tiveres alguma equipa porreira e mesmo se a banda for decentemente capaz de te ajudar em algo então consegues algo bom, o importante e haver vontade e pachorra.

Os concertos de Urban Tales não têm abundado pelo país. Deve-se à falta de convites ou simplesmente porque consideram não haver condições em Portugal para que uma banda possa fazer um circuito decente por bares e clubes?

Não, nada disso, claro que poderei estar a mentir, mas quem está perto de mim e da banda sabe os convites que recebemos e os que tive de recusar, por uma razão ou por outra, mesmo para o estrangeiro, onde tivemos um convite de três datas para Espanha. A verdade é que os U T gravaram uma demo, não para depois darem concertos, mas sim para conseguirem condições para gravar um albúm, agora que tudo está conseguido, vamos pensar mais nisso. Sabes gosto de dar concertos, claro um músico é tudo isso. Mas realmente gosto de estar sentado ap pé de um software e imaginar todas as voltas que uma música pode dar isso é que realmente é giro. Mas lá está até agora os poucos concertos que demos foram memoráveis, isso é muito bom sinal.

Sei que entretanto encontram-se já a preparar o álbum de estreia que sairá através de uma editora. O que nos podes revelar acerca disso?

Ora bem, sim depois de muita luta lá conseguimos chegar a um acordo… Tive a possibilidade de negociar com várias editoras do estrangeiro, mas como não queríamos suportar os custos do albúm lá nos decidimos por uma editora não tão grande, mas que nos dessem condições e um bom contrato. O albúm irá sair em finais de Fevereiro e terá distribuição a nível mundial, passando até por países como a Turquia e o Uruguai. Para Portugal e depois de muita luta também, consegui que fosse feita uma edição especial e limitada… Muito louco a sério, será como que uma prenda para os que sempre nos apoiaram. Tenho a certeza que vão gostar…Fiquem atentos As gravações irão começar em finais de Novembro já estando quase certos os produtores. Serão dois comigo a fazer de produtor assistente e se calhar ainda terão mais uma pessoa na assistência do qual estamos a conversar… Já tenho a confirmação de um segundo vídeo clip e de diversos apoios para várias situações, a ver como corre.

Últimas palavras…

Parabéns pelo que conseguiste há bem pouco tempo. Tu sabes do que eu falo. É a prova de que estás no caminho certo e a faze-lo de boa forma. É continuar e não desistir sem vocês a cena mais pequena (underground) morria e cada vez mais, vocês é que nos fazem crescer não tenham duvidas disso. A curiosidade começa com vocês. Como tal e da parte dos Urban Tales o mais profundo Obrigado.

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