segunda-feira, outubro 23, 2006

em entrevista...PORTUGAL UNDERGROUND

Porque nem só de bandas vive o nosso underground, o Opuskulo quis conhecer melhor um projecto que merece todo o nosso louvor. Trata-se do Portugal Underground, um espaço no qual se colocam à disposição para download gratuito demos de bandas nacionais (algumas verdadeiros clássicos e raridades), promovendo um acesso mais fácil e rápido a registos nem sempre simples de obter. Um projecto de fãs para fãs sobre o qual falámos com o seu mentor, Paulo Silva.
Apresenta-nos o projecto Portugal Underground… quais os seus objectivos?

O site Portugal Underground (PU) tem como principal objectivo, dar a conhecer e divulgar o que se fez, e vai fazendo, em Portugal em termos de metal. O objectivo inicial seria disponibilizar apenas demos das décadas de 80 e 90, mas as coisas não se proporcionaram dessa maneira, de modo que agora basicamente é um site de divulgação de registos de qualquer banda ou projecto que queira ser divulgado no site através de downloads gratuitos.

O trabalho que fazes é apenas e só pelo amor à camisola e ao gosto em partilhar um pouco da história do nosso underground, sem qualquer interesse adicional. Acho que isso é de louvar…

Sim, é apenas por amor à camisola e é tudo feito por mim... Desde os contactos das bandas, pois cerca de 50% das bandas que estão no site sou eu que lhes peço a autorização e tenho de “andar atrás delas”, até rever os links que já expiraram no site e que é necessário repor, entre outras coisas... É um processo que me consome muito tempo, mas penso que no final compensa. Felizmente que agora as bandas já entram em contacto comigo a propor para as divulgar no PU e isso acelera, e de que maneira as coisas, uma vez que o meu tempo disponível também não é assim tanto.


De que forma as bandas podem ver os seus trabalhos disponibilizados no Portugal Underground?

É tão simples quanto enviar-me um e-mail (x_acto69@hotmail.com). Depois é só aguardar…

Falando um pouco de fã para fã, qual a tua demo preferida de todos os tempos, que te tenha marcado pela positiva?

Como deves calcular é muito difícil destacar uma em particular. Mas posso-te dizer que as demos dos Sarcastic Angel “Haunting The Prayers”, Dinosaur “Demo-Tape 91”, WC Noise “You’d Better Shut Up!”ou The Temple “Demo-Tape 1994”, entre muitas outras me marcaram bastante.

E qual a demo que consideres que tenha sido absolutamente revolucionária na época em que foi editada?

Pessoalmente, e talvez por ter sido na altura que comecei a ouvir Metal nacional, será a “Last Seeds Of Mind” dos Procyon.

Suponho que como qualquer coleccionador te continuem a faltar sempre demos na tua colecção. Quais as que mais ambicionas obter?

Gostava bastante de ter a “Promo Tape 1992” dos Dinosaur, a demo “Ticket To Hell” dos Harum, a “Promo’ 93” dos Lakrau a demo "Raising Fear" dos Raising Fear a “Demo’ 9”2 dos Shrine e a “Demo 1992” dos Silent Scream. Coisa pouca, portanto…

E quais são aquelas de que mais te orgulhas ter na tua colecção como trabalhos valiosos hoje em dia?

A Colectânea The Birth Of A Tragedy em vinil dulplo, os primeiros EP’s, em vinil também, de Sacred Sin e Decayed e as primeiras demos, originais, de Moonspell, The Temple e Sacred Sin.

Qual o teu formato favorito para uma demo, cassete ou CD?

Por motivos nostálgicos a cassete, mas o CD tenho de reconhecer que é muito mais prático.

Pessoalmente sinto alguma nostalgia em relação ao tempo em que as demos eram simples cassetes muito na lógica DIY. Que recordações guardas desse tempo?

As melhores possíveis! Era tudo mais difícil… Sobretudo para as bandas conseguirem gravar, talvez por isso os registos dessa altura soarem quase sempre muito honestos. Actualmente é muito mais fácil gravar com os computadores e com todas as novidades que vão aparecendo, o que retira alguma “magia” à coisa… Pelo menos para mim! Sempre gostei bastante dessa atitude DIY, aliás o PU é, para mim, um bom exemplo disso. Não se pode ficar sempre à espera que as coisas aconteçam sozinhas.

Que objectivos impões para o teu projecto ?

Continuar a receber registos para divulgar e arranjar uma alternativa melhor para alojar os ficheiros de música.

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