quinta-feira, dezembro 04, 2008

em entrevista...CRONAXIA


Banda com largos anos de carreira no panorama de peso nacional, os CRONAXIA só agora editam o seu EP de estreia, «The Solution Above Continuity», uma demonstração de peso e técnica, resultando num dos trabalhos mais interessantes ao nível do death metal brutal e complexo "made in Portugal". O Opuskulo chegou à fala com a banda e fica aqui o resultado.

É caso para dizer finalmente! O que vos ocorre ao verem o primeiro trabalho de Cronaxia editado após mais de dez anos de carreira?

Vitória! Faça às adversidades que a banda passou, sabe bem termos o nosso primeiro trabalho gravado, após 11 anos de trabalho e mudanças de formação, compensou termos persistido até aos dias de hoje e termos finalmente uma amostra do que temos vindo a fazer ao longo dos anos.

Apesar de contarem já com uma carreira longa, os Cronaxia têm vindo a passar um pouco ao lado da cena de peso nacional. Encontras alguma razão concreta para isso?

Sim, é verdade, as razões principais têm a ver com alguns problemas pessoais e problemas de formação a nível de baixista e vocalista. Álem disso também demorou algum tempo a compor os nossos temas e a executá-los de forma coesa para apresentar tanto em gravação como ao vivo.

Como está a ser recebido «The Solution Above Continuity»?

Apesar do ainda recente lançamento do nosso EP, temos tido já algum feedback, tanto da parte da imprensa, de entidades relacionadas com eventos como de ouvintes. As críticas têm sido tanto boas como menos boas. Estamos ainda na fase em que as críticas vão chegando aos poucos, e dentro de algum tempo já teremos uma melhor percepção da aceitação do nosso trabalho.

Desta vez é mesmo para continuar ou teremos de esperar mais dez anos para uma nova aparição dos Cronaxia?

Embora nunca tenhamos tocado regularmente ao vivo nem editado nada anteriormente, a banda nunca parou ao longo de todos estes anos, além dos temas que tocamos ao vivo continuamos a compor temas novos com intenção de gravar o nosso próximo registo em formato álbum.

Em termos de sonoridade baseiam-se no brutal death metal técnico e arrastado. Achas que o interesse em torno desse estilo tem vindo a esmorecer ao longo dos anos?

Sem dúvida, nós notamos que actualmente tem vindo a esmorecer um pouco o interesse neste estilo musical, e nós estamos a sentir um pouco isso, Temos um pouco a sensação que aparecemos na altura errada, mas contudo pensamos que tem a ver com uma questão de ciclos, o que não nos impede que sigamos o nosso caminho.


Em Portugal assistiu-se a um desaparecimento de inúmeras bandas que se movimentavam dentro desse género. Achas que relaciona-se tudo com uma questão de hypes sazonais?

Sim, como referimos anteriormente estamos a atravessar uma época em que este estilo musical não está nos melhores dias no nosso país, mas isso não significa que o panorama do Death Metal não melhore futuramente.

Em termos de imaginário parecem entrar pelo mundo da ficção científica. Podes elucidar-nos melhor acerca disso?

Em primeiro lugar é uma temática que nos agrada e achamos interessante incorporá-la na nossa música, o que nos proporciona uma grande margem de exploração a nível de temas. No que diz respeito a temas e em particular no nosso EP, abordamos a continuidade do tempo e a eternidade, bem como a evolução e manipulação da mente humana e também formas de perpetuar o legado cientifico e tecnológico das espécies.

Apesar de todas as facilidades que a Internet oferece, parece haver um interesse renovado em alimentar o movimento mais underground, reflectindo-se na compra de discos, demo tapes e vinis. Sentem isso em relação aos Cronaxia? O pessoal compra o vosso disco?

Como referimos anteriormente o nosso EP foi lançado recentemente, as vendas ainda não foram significativas, mas também apostamos mais na venda de discos nos nossos concertos.

O que podemos esperar dos Cronaxia em breve? Concertos, novo disco, editora…?

Os nossos planos para o futuro consistem em continuar a tocar ao vivo para promover o nosso recente lançamento, e estamos também a trabalhar em novas músicas e conceitos, que irão constar num futuro longa duração para o qual procuramos uma editora.

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