sexta-feira, março 02, 2007

em entrevista...GREEN MACHINE

Da irreverência do rock'n'roll à alma da soul, os portugueses Green Machine afiguram-se como um cocktail explosivo e electrizante que tem em «Themes for the Hidebounds» - o disco editado no final de 2006 - a perfeita materialização. O Opuskulo não quis passar ao lado desta original e interessante proposta e partiu à conversa com a banda.




A pergunta que se impõe: Quem é Sonhouse?

O Sunhouse é um Bluesman dos antiguinhos e que nos influencia desde sempre.

Como estão a correr as coisas com «Themes for the Hidebounds»? Pelo que tenho lido as críticas ao disco têm sido díspares…

Com o disco tem corrido bem, é verdade que temos tido criticas muito diversificadas em relação ao disco, mas mesmo assim estamos contentes com o resultado. E até agora o disco tem dado muitos frutos, isso dá para ver no numero de pessoas que tem aparecido nos concertos.

Apesar de se terem formado em 1999, apenas em 2005 se começou a ouvir falar de Green Machine. O que andaram fazer durante esses anos?

Foi uma banda sem orientação e que andava um bocado perdida, mas com a entrada de dois novos elementos, o baterista (Pedro Oliveira) e o baixista (Ângelo Sousa) a banda teve uma viragem natural, começou a pensar de uma maneira mais séria e mais organizada. Basicamente despertamos por completo para isto.

Do que é composta a vossa sonoridade? Irreverência e energia estão claramente presentes…

Blues, rock’n’roll, garage, soul e musica negra entre muitas outras coisas, todos temos influências completamente diferentes e tudo misturado dá a nossa este resultado final. Nos concertos tentamos transmitir toda a energia da música daí eles sejam um bocado libertinos e irreverentes.

Vão buscar claras influências à música negra. Não deixa de ser uma influência algo estranha a uma banda portuguesa…

Acabamos por ser um bocado reflexo daquilo que conhecemos e que ouvimos independentemente de parecer estranho, é um tipo de sonoridade que nos agrada e que gostamos de fazer. E penso que nos vamos continuar a orientar por esse campos, mas o futuro só ao Sunhouse diz respeito.

Uma questão básica mas que me suscita alguma curiosidade: Porquê Green Machine?

É um nome com fonética simples e que transmite a energia maquinal que os concertos têm adquirido.

Contam já com alguns concertos dados por Espanha. Acham que as fronteiras estão finalmente a abrir-se para a música portuguesa ou parte tudo do trabalho de cada banda?

Não sabemos se as fronteiras se estão a abrir, mas estamos certos de que estamos a abrir as nossas fronteiras, ou pelo menos temos feito por isso. Temos tido algum espírito de sacrifício/aventureiro que nos tem levado a dar alguns concertos fora do país e gostamos da maneira como temos encarado tudo isso e vamos certamente continuar assim.

O movimento alternativo português vive um momento particularmente interessante. Muitas e boas bandas têm por aí aparecido. Concordam? Achas que lá fora já se começa a falar na “cena” portuguesa?

Não sei, sei que pelo menos em Portugal se tem notado uma crescente afirmação das bandas nacionais e, depois de um período de marasmo que foi entre 2000/2005 em que havia poucos locais para se tocar, já se começa a despertar para um nova realidade e a encarar a musica portuguesa como uma mais valia para a nossa cultura. Existem realmente, e a nosso ver, bandas nacionais com tanta ou maior qualidade que aqueles que consideramos os grandes nomes da música mundial, destaco por exemplo os Dead Combo (entre outras).

O que podemos esperar desse lado nos próximos tempos?

Concertos, muitos concertos! E quem sabe um disco no final do ano. Mas sem grandes compromissos.

Últimas palavras…

Apareçam nos concertos, é aí que gostamos de ver as pessoas.

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